terça-feira, 19 de maio de 2009

Crendo, vendo e escrevendo.

Não sou poeta, compositora, muito menos cronista. Mas, apesar de não ser uma pessoa definida no mundo das letras (não mesmo), eu me considero uma escritora.

Desde pequena eu sou. Lembro da 2ª ou 3ª série quando escrevi o meu primeiro livro: uma estorinha discorrida em 34 páginas, daquelas bem características de uma menininha permeando seus 7 anos. É notável também um aspecto marcante no livreto: a incontável presença de uma expressão bastante comum: "aí".
Falava sobre um homem muito rico que tinha tudo aos seus pés. Também sobre sua vida e os privilégios de uma pessoa que tem dinheiro. Num belo dia, ou melhor, trágico dia, ele morrera. E bla, bla, bla.

E agora olho pra mim, no que me tornei. Não escrevo mais aquelas estorinhas, nem tenho mais a coerência dos meus tempos de meninice. Antes, tudo seguia na linha, os assuntos eram quase os mesmos.

O que é engraçado de perceber é que eu cresci assim: atenta, pensando que de tudo eu poderia tirar algo para escrever. Das folhas, do céu, das estrelas, das conversas, do vento, das pessoas, dos sorrisos, das lágrimas. Cresci pensando nas emoções que cada detalhe do meu cotidiano poderia e pode me passar.

Atualmente eu escrevo o que sinto. Meio sem nexo, sem lógica. Hoje escrevo sobre dor, amanhã sobre o vento. Assim vou. E é incrível, mas os pensamentos vindos nas horas mais inusitadas são os que me deixam mais empolgada, me fazendo buscar desesperadamente por um local onde possa guardá-los. Não tem hora, dia, nem lugar. No ônibus, no banho, num restaurante, numa conversa jogada fora, ou até mesmo no meio de uma aula de "Matemática Discreta para Computação".

Falando sério, nem sei porque escrevi sobre isso. Mas, ou eu escrevia, ou me sentiria muitíssimo angustiada. Acontece. De uns dias pra cá eu venho falando muito da minha vida. Prometo que vou parar e voltar aos textos menos desestimulantes.

"Às vezes eu percebo que não importa o que você faz,
com quem você anda,
o que come, ou até o que ouve.
O que realmente conta são seus projetos,
suas crenças, seus valores.
E principalmente os seus sonhos. "
Vanessa Gomes

11 comentários:

  1. Poesia está além de definições formais.
    formalidade é só pra nossa área de exatas. =P
    O que você faz aqui no blog, com certeza é poesia!

    E nossa! 34 páginas? e aos 7 anos já usava a conjugação "mais-que-perfeita"? (ainda tem hifens?)

    como disse, queria eu tirar poesia do cotidiano.
    É bom assim, né? Quando vem a inspiração, aporveitar!
    Adoro qeu vocÊ seja assim, empolgada ^^

    Mas ouxe! Pode falar de sua vida eu (a gente) também sou curioso ;D

    Ah.. não sei se vc viu (lá no CIn, não) mas comentei há 2 posts atrás ;)

    PS: Tenho que dizer, discordo da citação; o que se faz importa.
    Ou por que não? (é sempre ver o outro lado da opinição .)

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  2. Luiz. Veja. Eu disse que "às vezes" não importa.

    Às vezes.

    ^^

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  3. Hummm... "às vezes" x)

    É... às vezes posso até concordar ;]

    ^^

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  4. Anônimo10:58 PM

    Vanessa, agradeço seu carinho por sempre visitar meu blog... e queria te dizer pra não deixar de escrever o que sente, quando angustiada... muitas (e quase todas as) vezes bebemos dessa angustia e dessa inquietude...

    Um abraço!

    Gabriel Pinto

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  5. "Falava sobre um homem muito rico que tinha tudo aos seus pés. Também sobre sua vida e os privilégios de uma pessoa que tem dinheiro. Num belo dia, ou melhor, trágico dia, ele morrera. E bla, bla, bla." Isso não parece nada escrito por uma infante de 7 anos. Que maturidade!

    "pensando que de tudo eu poderia tirar algo para escrever" E pode! São as coisas simples que deixam nossa alma mais pura, nossa vida mais vital; e quando as escrevemos, aí sim, é quando passamos a tê-las mais do que quando as imaginamos.

    "Falando sério, nem sei porque escrevi sobre isso. Mas, ou eu escrevia, ou me sentiria muitíssimo angustiada." Acredito que os pensamentos tem vida ligeira quando imaterial e, ao ser materializado em escrita passam a ser eternos. Não mate-os! Escreva.

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  6. Arara5:37 PM

    Nessa! uashuashuas, deixei a preguiça de lado e resolvi ler esses seus posts, tens certeza que tas no curso certo? escreve bem de mais pra uma pessoa de exatas ^^

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. …eu deveria… ou não…

    "Ela me viu, agora se esconda!": vá se acostumando com meus comentários incompreensíveis e desconexos. Sem falar nos meus tons esquizofrênicos… Faz parte de um plano maior onde nem você nem o cara da barraca de churros seriam capazes de… (Viu? Fiz de novo!)

    Voltarei mais vezes. O jeito que você deixa as palavras escorrerem pelos seus dedos, passando pelas teclas e chegando aos meus olhos é fascinante.

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  9. OMG! com sete anos escrevesse um livro com 34 páginas?! QUE PRODÍGIO!


    finalmente apareci! beijo :*

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  10. Brenna Suany9:40 PM

    Falar da sua vida tem tornado seus textos tão mais empolgantes e além do mais naturais daqueles que te estimulam a amar particularidades,todas as suas particularidades.

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  11. Gabriel11:54 PM

    Vanessa tranforma teoria dos grafos em poesia.
    Acho que você deveria colocar aquela frase que você me mostrou do seu caderno, deve ter sido isso de discreta que falasse né?

    Enfim, se começou com 7 anos está explicado porque escreves tão bem.
    prodígio mesmo!!!

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