quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Feliz...


Não peço nada demais.

Só quero que seja no ponto.
Do ponto.

Naquele jeitinho, ah,
daquele jeitinho.

Bom 2010!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

[Das cartas] Homicídio ao eu.

Esta carta não está endereçada a ninguém. Não possui nenhum destinatário. Ela é pra você que a encontrou por aí. É, amigo: nem tudo está como deveria estar. E eu até brincava com as palavras, mas este é um momento muito sério para jogá-las assim, brincando.

No fim das contas, eu deixei esta carta escrita porque, é verdade - eu assumo - eu bem queria que alguém soubesse o porquê dos meus motivos. Mas você me conhece? Alguém me conhece? Ninguém. Então toma esta carta como uma história de uma desconhecida qualquer - o que de fato, é.

A vida estava só por demais, calada, fria... Eu nunca gostei disso, mas as circunstâncias e as minhas atitudes trouxeram-me a este ponto: a dúvida. Morrer ou não morrer é sempre verdade, mas será que eu devia mesmo ter partido? Sim, meu amigo. Na minha opinião, sim.

Ninguém me conhecia, só eu. E eu, por mim, comigo mesma, era pouca gente para um coração tão grande; não é pretensão, e sim realidade. Parece que cabiam todos aqui - mas para mim nunca houve espaço.

(...)
Cara, se você encontrou esta carta, saiba que eu devo ter ido dessa (essa sua aí) para uma melhor. E se não estiver melhor, bem... Com certeza estará diferente.

Abraço,

Elise.



The Penalty, Beirut.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

[Das cartas] "Ao futuro ex-amor"

Zurich, 16 de agosto de 1997.

Sinceramente? Eu espero não me apaixonar por você. Porque me apaixonar, sempre - e indubitavelmente - me deixa triste.

Eu tomei um bom gole de cerveja, e comecei a reparar que você anda mudado. Não, não. Mais um gole e eu vi que quem está mudando sou eu. Não sei porque: mais uma garrafa e eu já estava achando-o diferente. Joguei a garrafa ao lado, por fim.

A música a tocar e eu dizia: "o que realmente nos mantém vivos? Porque sair e rir, e divertir, e rir, e sumir... Falar, conversar, gritar, suspirar, falar... e rir, sumir... É sempre muito bom - e tudo com você foi sempre muito bom.

(...)
Mas, ser assim um elo de ligação entre as personalidades nem sempre é tão "rentável"; você sempre acaba ficando só, no fim das contas. E você acaba se acostumando - oh, merda."


Joguei a outra garrafa ao lado, enfim. Despedi-me da amiga que ouvia. Sinceramente? Eu espero não querer me apaixonar por você. Porque me apaixonar, sempre - e indubitavelmente - me deixa triste.

Francamente,

Lucy.


"Do me a favour, and tell me to go away
Do me a favour, and stop asking questions"
Do me a favour, by Arctic Monkeys.

Galera, só pra não ficarem dúvidas: não estou apaixonada, não estou amando ninguém em especial! Estou sozinha! UHOAuhaoiuhaha... Beijinhos!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

[Das cartas] Parto.


Bordeaux, 24 de novembro de 1999.

Bom dia, Mãe.

Não sei se você já pôde conferir, mas o meu guarda-roupas tem alguns itens a menos. Estou indo. Não podia deixar, contudo, de dizer 'adeus'. Quero que saiba que você sempre foi uma grande conselheira; todo esse tempo eu não poderia ter tido uma mãe melhor. Mas acontece que eu não posso mais decidir somente por mim.

Você não o conhece bem, ele é jovem. É bonito, acredito. Nos conhecemos há 3 meses e... E... Eu não pude, eu não posso evitar esta paixão que agora já tomou conta de tudo. Sabe aquelas horas em que nós não agimos somente por nós? É por isso que parto; temos que encontrar um lugar para viver, não posso ficar longe dele sequer um segundo. Nós, quer dizer... Eu, eu já decidi.

Vamos para Paris, talvez lá eu encontre um bom trabalho. O pai dele me disse que lá nós poderíamos ter boas oportunidades. Mas ele não vêm conosco... Você bem que me dizia que a vida não era fácil.

(...)

Ufa, agora que já desabafei... Mãe, já são 3 meses! Três meses, e eu realmente não posso esconder mais. Já está crescendo. Levei alguns pertences mas uma mala ainda está abaixo da escada - nela estão fotos nossas. Se você aceitar enfrentar essa fase comigo, ao meu lado, como sempre fez em toda a vida, ligue para o telefone anotado em cima da mala. Caso contrário, amanhã estou a caminho de Paris.

Desculpe-me, eu sei que não foi a melhor escolha. Nem a atitude mais sábia. Eu poderia ter me cuidado. Mas agora é tarde. E já não há mais como recorrer.

Au revoir,

Adeline.




"Ninguém disse que era fácil...
É mesmo uma pena nós nos separarmos.
Ninguém disse que era fácil... mas
Ninguém nunca disse que seria tão difícil."
The Scientist, by Coldplay.


"Esclarescimentos acerca das cartas:

pessoal, eu não sou medium. Para mim, é indiferente falar com os espíritos. Nem estou copiando essas cartas de nenhum lugar. Eu nunca estive na Europa, nunca fugi de casa, nunca dei um 'pé na bunda' clássico como o que eu escrevi, e muito menos estou (nem estive) grávida! Relevem meus 'eus poéticos'. =)

É verdade: eu escuto muita música. Muita mesmo. E por uns dias atrás estive bastante inspirada, sobre vários assuntos - vááários. É isso. Quem quiser saber minha fonte de inspiração ouça Beirut, Fanfarlo, Arctic Monkeys, Mando Diao, The Corrs, Muse... De - quase - tudo!

Beijinhos!"

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

The yellow handkerchief.


- Quero lhe pedir em casamento. - disse-me enquanto remava em direção à margem.

- Você não sabe coisa alguma sobre mim.

- Toda a sua vida está em seu rosto. E eu adoro este rosto.

"Oh well I don't mind if you don't mind.
'Cause I don't shine if you don't shine.
Before you go... Can you read my mind?"
Read my Mind, by The Killers.


Errata!
Galera, esqueci de colocar os créditos, mas isso é um trecho de um filme que, até onde eu sei não está em cartaz - e eu estou louca para assistí-lo.
Confiram:
http://www.youtube.com/watch?v=g4dEPucaSX4