quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

De dentro.

E de uma coisa eu tenho orgulho. Da alma, do sangue. E da força - que, pelo que me dizem, o sertão me deu.

"O sertanejo é antes de tudo um forte."
Euclides da Cunha

domingo, 21 de fevereiro de 2010

[Das Cartas] Querido Miguel,


Olhe em sua volta. E diga: me diga que você não vê isso.

Naquele dia o sol nasceu pra nós dois e o sopro do mar bagunçou nossos cabelos emaranhados. Você ouviu - junto comigo - dois pássaros passarem sobre nós e cantarem qualquer coisa que nos fez rir.

Não negue, eu sei que você lembra quando ficamos observando as nuvens e tentando entender quais desenhos estavam ali. E o vento quente do pós-meio-dia ainda tentava nos expulsar. Você viu, mais tarde, a tarde indo embora e nos pedindo licença, porque já tinha que acabar.

Abra bem os olhos e diga que não lembra do nosso quando você vê o céu bem estrelado.

Não negue. Por que você não abre bem os olhos? Por que não vê que você é parte de tudo isso?

Puf! Acordei, amanheceu novamente.
 
"Eu que nunca discuti o amor,
Não vejo como me render.
Ah, será que o tempo tem tempo pra amar?
Ou só me quer tão só?
 E então se tudo passa em branco eu vou pesar
A cor da minha angústia e, no olhar,
Saber que o tempo vai ter que esperar..."
"O Tempo", por Móveis Coloniais de Acaju.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

[das Cartas] Nada com nada.

Agora só
             falta você aqui
dentro
                          de mim.


Caiu,

foi de encontro às pedras,

requebrou no mar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

É de fazer chorar...

"É de fazer chorar quando o dia amanhece 
e obriga o frevo acabar.
Oh! quarta-feira ingrata,
Chega tão depressa
Só pra contrariar...

Quem é de fato um bom pernambucano,
Espera um ano e se mete na brincadeira.
Esquece tudo quando cai no frevo
E, no melhor da festa, 
chega a quarta-feira..."
Luiz Bandeira

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Relógio quebrado.


Não sou fraca, só porque - às vezes - a covardia me pega de sopetão.
Não sou forte, simplesmente porque derrubo paredes vez ou outra.
Sou mesmo assim, qualquer coisa de humana, pulsante 
tum-tum. Tum-tum.

Não pode ser tão ruim quanto parece, pode?
Qualquer coisa de riso, já me faz rir.
Qualquer coisa fácil, pode ter algum prazer pulsante 
tum-tum. Tum-tum.

As piadas não são as mais engraçadas.
E qualquer sabor não é o o que pede meu paladar pulsante 
tum-tum. Tum-tum.

- Quanto tempo falta para sair do qualquer coisa?
- Não sei. Meu relógio está quebrado.
Tum, tum-tu, t.

"Às vezes esses olhos se esquecem da face de onde estão olhando
Quando a face para a qual eles olham...
Bem, você conhece essa face assim como eu."
Jacqueline, by Franz Ferdinand