Eu nem acreditei quando ouvi o meu próprio riso. Na verdade, é de mim rir em demasia. Principalmente nas horinhas de descuido. Não que eu seja uma bobona a rir de tudo e todos, não é bem isso; é simplesmente muito mais fácil sorrir e ver - ou, pelo menos, tentar - o lado bom das coisas. Vamos aos fatos.
Tinha esquecido de como a casa é tão gélida e silenciosa. Não recordava mais do barulho do vento aqui por essas bandas... Nem como era ouvir o som dos meus passos - tanto pela casa, como na rua mesmo. Decidi ir andando só ao médico. (Não era nada de preocupante, afinal, exames de rotina.) Tentemos ir aos fatos.
Parece que o sol despertou do cochilo essa tarde, e decidiu sair um pouquinho. Mas ele estava calmo; justamente na hora que saí de casa. Fui. Voltei. Agora sim, os fatos.
Eu ouvi meu próprio riso. Dessa vez era diferente. Não era sarcástico, nem irônico. Tampouco era desacreditado. Era pura e claramente sincero. Uma gargalhada daquelas. Eu estava rindo de mim, das coisas bestas as quais me ponho a pensar. Lembrei que disse a alguém, não me recordo bem a quem, nem onde, nem quando; só lembro que disse "a tristeza é muito mais inspiradora". Tudo bem, eu até tive meus momentos... Quem não os têm, afinal? Mas, ao ler alguns dos meus textos desse semestre, quem não me conhece bem poderia pensar que eu andava realmente triste, ou muito, muito perturbada. Não é bem assim.
Eu "cavei" e fiz de pequenas coisas, grandes monumentos nos quais eu pudesse me inspirar de qualquer forma que fosse, e escrever, escrever, escre... Chega! Eu li uns textos antigos, não postados, eram de partir o coração! Não faz sentido publicá-los. Não agora. Mas foi a partir de pequenos (res)sentimentos que eu pude escrever mais ou menos de forma constante. A verdade é que certas coisas escritas por mim me perturbam um pouco. Maldita hora que fui dar relevância a esses pontos. Blá, blá, blá, blá...
Escrever é uma fuga. É um hobby. Nem sempre sou sincera. Escrevendo eu sou quem eu quero. Mas meus textos sempre têm uma pitada de mim.
"É, pode ser que a maré não vire.
Pode ser do vento vir contra o cais.
(...)
Sobre estar só, eu sei."
Dois Barcos, Los Hermanos.
Quer dizer que você não é uma poetisa gótico-depressiva-quase suicida? Fico feliz
ResponderExcluirÀs vezes quando lia alguns textos seus eu procura va o número do Disque-Não-se-Mate, mas como não encontrava ficava na torcida. Aí você postava um texto e eu pensava " Ufa, ela não se matou".
É claro que tem a chance de você ter morrido a algum tempo e alguém estar escrevendo em seu nome mas fazer o quê?
Jurava que esse post não estava aí ontem
Nem sempre no dia-a-dia transparecemos ser o que realmente somos. É aí que vem beleza de poder ler o que outra pessoa escreve, temos uma visão mais profunda, diferenciada daquela pessoa que convivemos.
ResponderExcluir"é simplesmente muito mais fácil sorrir e ver o lado bom das coisas."
mais uma vez eu digo.
espero que esse blog tenha vida longa.
beijos Nessa.
Que é dos fatos?
ResponderExcluirFOI PRA MIM QUE VOCÊ FALOU!
ResponderExcluirEu entendo o que você disse, também tenho um pouco disso, mas eu sei o porquê. Muitas vezes eu escrevo pra colocar pra fora aquilo que eu sinto. Quando eu escrevo, parece que eu fico muito mais leve, que eu me "livrei" de tudo aquilo que sentia. Por isso que eu acho que a tristeza é mais inspiradora. A felicidade não, eu quero guardar aquilo dentro de mim, um sentimento bastante egoísta mesmo. Mas um belo texto sobre felicidade é lindo (e difícil).
Ah! Se o telefone não tocar a vida vai continuar fácil, fácil (eu espero). ;)
"escrever é uma fuga."
ResponderExcluirbrilhante, chica...é um prazer ler algo assim a qualquer hora da vida...
abs.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMelhor eu não tentar filosofar, fico aqui como mero admirador, de poucas palavras. :D
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