terça-feira, 16 de junho de 2009

Não é mais um discurso polido. (ou "Tudo uma questão de capital")

Não me venha dizer que você pensa todos os dias nas criancinhas da África e nunca deixa resto de comida no prato, ou joga metade do seu sanduiche fora. Nem me venha com suas conversinhas de desenvolvimento sustentável, se é você, sim, você quem passa horas no banho, não separa o lixo corretamente, ou joga o embrulho de chiclete no chão da rua.

Não queira me convencer do fato que você está nesse curso da faculdade puramente por prazer e satisfação pessoal. Não. Eu sei que você, assim como todos os outros (e eu estou incluída no que se chama de Outros), pensa em ganhar bastante dinheiro e passar um desses dias esbanjando seu capital. Não me negue sua alma consumidora.

Não queira me converter à esses fãs lunáticos do socialismo, ou súditos de Guevara, àqueles que mal sabem da história e, por não estarem numa situação confortável dentro do sistema, querem rebelar-se e mostrar-se diferentes.

Eu assim falo porque reconheço meu lado capitalista. Como não seria? Impossível. Eu falo de cara limpa e alma lavada que babo por sapatos, bolsas, perfumes, viagens, bla, bla, bla... E não escondo de ninguém: estudo no que gosto e no que me fa
z bem, quero me realizar como humana , mas claro que ao fazer minha escolha uni útil ao agradável. Sim. Pois veja só, acaso é justo, assim como eu, pessoas se matarem de estudar, batalharem e em 5, 10 anos serem bem sucedidas, enquanto uma pivetinha como a tal da Maísa ganhar 25 mil reais para fazer nada? Não, não é justo. Não é nada justo. Então não me venha com seu discurso de bom moço. Vamos ser menos hipócritas.

P.S.¹ Não confunda capitalismo com materialismo.
P.S.² Não estou desrespeitando as criancinhas da África. Elas só foram mencionadas para fazer referência ao tipo de discurso citado.


"Nesse jogo só há uma regra: seja o melhor do sistema."

12 comentários:

  1. Que sim, deixe, mas não valha.
    _

    Na verdade quase não penso nas criancinhas da África, vejo todos os dias a do Brasil mesmo, as do Recife mais precisamente.
    E dá pra perceber que o erro não é localizado. Que comer só o satisfatório não aumenta (nem um pouco) a miséria.
    Quanto ao lixo, só procuro não comer plástico no futuro e não deixar a cidade mais i(n/m)unda.

    Ouxe, graças a Henry Ford vão lançar aquela placa de vídeo superhipermegapotentepracaraiqrodatudo. Casacos são estilosos e ainda vou pra Cingapura.

    Não minto, vivo bem nesse sistema, e se está longe ou não de aparecer um melhor (ou se apareceu), este ainda vai vingar por um bom tempo. Ele não é ruim, só mal aproveitado.

    Estou no meu curso porque acho que é uma forma de alcançar um dos meus objetivos de vida.

    Ah... aquela Maísa dá raiva. Aquilo é ridículo.

    PS: http://opiniaopopular.blogspot.com/

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  2. Lembrei agora, já fui comunista.

    Afinal eu tenho coração ;)

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  3. Ser capitalista é ser sem coração? Desde quando?

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  4. confesso q n entendi bem seu ponto de vista...

    primeiro vc assume "o seu lado capitalista", e diz q uniu o util ao agradavel ao fazer a sua escolha, o q mostra q vc defende o 'sistema'...mas depois vc questiona a justiça desse mesmo 'sistema', dando a entender q ele é o vilão da história...

    abs.

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  5. Não é que eu defenda. EU sou capitalista, ponto final. Entende? Não há como fugir disso, não no meu ponto de vista. O sistema não é justo? Nem tudo na vida é justo. Mas digo que o intelecto deveria ser mais válido, foi nesse ponto que falei de justiça, mas... afinal, o que é realmente justo? Depende do ângulo que encaramos. ^^

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  6. Nada de errado com o fato de babar por sapatos e tals, mas eu acho que se as pessoas se preocupassem só um pouquinho de nada, um puquinho mesmo, com as "criancinhas da África" nós viveríamos em um mundo melhor. Não sou nenhum comunista louco que quer que todos morem em casas iguais e recebam o mesmo salário, mas peraí, gente sem ter o que comer enquanto tem pessoas pagando milhares de reais em um par de sapatos não me parece justo.

    P.S. O Che do meu nick não é a tõa, se é que você me entende ;p

    Abraços

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  7. Entendo demais. E concordo com sua opinião. Condordo demais, Che.

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  8. hahaha caramba, que coicidencia! as injustiças dos salários de uma pessoa que estuda anos e maisa foi o assunto de uma conversa minha e do pessoal do curso esses dias, eu ia ate escrever sobre isso e tal, comentei cm joyce tirando onda... talvez quando eu tiver tempo eu até escreva mesmo...

    sou consumista pra caralho, nao me imagino em outro sistema... :D

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  9. Aquilo foi um meme:
    "Quem não foi comunista na juventude, não tem coração, (...)."
    [Não concordo com a segunda parte da "citação".]

    Acredito que a gente pensa nelas sim, nas "criancinhas da África", até se preocupa; mas não faz nada, ponto.
    Afinal, o que fazer? Digo, de realmente útil, conveniente.
    Além disso, todos temos essas 'situações' mais próximas...

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  10. Eu sei que é desumano[ou algo pior] da minha parte, mas quando penso em "revolução" me dá uma preguiça...
    Sou do tipo que apoia e vê a luta!

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  11. Percebi oximoros pairando na atmosfera densa do ambiente.

    Não sei sobre os porcos, mas a hipocrisia é dá asas à injustiça.

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  12. Gabriel1:56 PM

    sou consumista pra caralho, nao me imagino em outro sistema... :D
    [2]

    e concordo quando falaram que nós nos importamos sim com as criancinhas da África, só não fazemos nada(talvez isso seja até pior).
    Ou como Luiz disse, não é preciso ir até a África, é só olhar na esquina.

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