segunda-feira, 29 de março de 2010

Gosto do meu gosto

das brisas, gosto das de verão
dos perfumes, os mais fortes
das frutas, as cítricas

gosto das paredes coloridas
das tonalidades, as quentes
dos tetos, os brancos
do piso, os limpos

Ah, gosto mesmo é do cheiro de água no mato.

e das flores, as vermelhas
das paixões, as intensas
dos abraços, os apertados

Cores quentes.
Vontade.
Rosas Vermelhas e abraços apertados.
Intensidade.

E também aquele cheiro... Está tão junto da chuva que sempre acho que é a própria chuva.

“Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
(...)
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.”
Clarice Lispector

 "Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado.
(...)
Quero antes o lirismo dos loucos,
O lirismo dos bêbados.
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
." 
Manuel Bandeira

4 comentários:

  1. muito lindo isso:
    "Cores quentes.
    Vontade.
    Rosas Vermelhas e abraços apertados.
    Intensidade."

    achei esse num estilo meio diferente dos outros textos.
    muito bom!

    e a citação de Clarice também muito boa...

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  2. compartilhamos mtos gostos, chica.. principalmente o pela intensidade e pela admiração das citações q acompanham a postagem...

    abs grande.

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  3. "A gente não só come daquilo que gosta."

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  4. Desgosto é gostar errado.

    Clarice Lispector sempre diz o que preciso ouvir.

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