terça-feira, 22 de dezembro de 2009

[Das cartas] Homicídio ao eu.

Esta carta não está endereçada a ninguém. Não possui nenhum destinatário. Ela é pra você que a encontrou por aí. É, amigo: nem tudo está como deveria estar. E eu até brincava com as palavras, mas este é um momento muito sério para jogá-las assim, brincando.

No fim das contas, eu deixei esta carta escrita porque, é verdade - eu assumo - eu bem queria que alguém soubesse o porquê dos meus motivos. Mas você me conhece? Alguém me conhece? Ninguém. Então toma esta carta como uma história de uma desconhecida qualquer - o que de fato, é.

A vida estava só por demais, calada, fria... Eu nunca gostei disso, mas as circunstâncias e as minhas atitudes trouxeram-me a este ponto: a dúvida. Morrer ou não morrer é sempre verdade, mas será que eu devia mesmo ter partido? Sim, meu amigo. Na minha opinião, sim.

Ninguém me conhecia, só eu. E eu, por mim, comigo mesma, era pouca gente para um coração tão grande; não é pretensão, e sim realidade. Parece que cabiam todos aqui - mas para mim nunca houve espaço.

(...)
Cara, se você encontrou esta carta, saiba que eu devo ter ido dessa (essa sua aí) para uma melhor. E se não estiver melhor, bem... Com certeza estará diferente.

Abraço,

Elise.



The Penalty, Beirut.

2 comentários:

  1. Eu já disse que me identifico muito com quase todos os teus textos?


    Esse foi mais um.

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