domingo, 21 de fevereiro de 2010

[Das Cartas] Querido Miguel,


Olhe em sua volta. E diga: me diga que você não vê isso.

Naquele dia o sol nasceu pra nós dois e o sopro do mar bagunçou nossos cabelos emaranhados. Você ouviu - junto comigo - dois pássaros passarem sobre nós e cantarem qualquer coisa que nos fez rir.

Não negue, eu sei que você lembra quando ficamos observando as nuvens e tentando entender quais desenhos estavam ali. E o vento quente do pós-meio-dia ainda tentava nos expulsar. Você viu, mais tarde, a tarde indo embora e nos pedindo licença, porque já tinha que acabar.

Abra bem os olhos e diga que não lembra do nosso quando você vê o céu bem estrelado.

Não negue. Por que você não abre bem os olhos? Por que não vê que você é parte de tudo isso?

Puf! Acordei, amanheceu novamente.
 
"Eu que nunca discuti o amor,
Não vejo como me render.
Ah, será que o tempo tem tempo pra amar?
Ou só me quer tão só?
 E então se tudo passa em branco eu vou pesar
A cor da minha angústia e, no olhar,
Saber que o tempo vai ter que esperar..."
"O Tempo", por Móveis Coloniais de Acaju.

2 comentários:

  1. Miguel, como pod eabandonar uma mulher dessa?
    Ou é apenas se eu lirico?

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  2. Entristeci-me lendo/olhando para essa(e) carta/espelho.

    ...como se estivesse se referindo a mim...

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