Fui caminhando em direção àquela capelinha especial, e lá estavam uns 4 ou 5. Tirei o violão das costas, troquei palavras por ideias e as compartilhei com eles. Incrível como aquela música uniu pessoas e personalidades tão distintas.
Se alguém souber onde está o segredo da música de Beirut não conte! Não para mim. Deixemos uma visão para admirar! Deixemos esse mistério saboroso no ar. O que há nessa música?
Une à primeira batida vários corações num só, impulsiona aos que "sentem" a música a pular, e dançar, fechar os olhos e respirar. Emoção, sorrisos, gestos, abraços.
Este evento, o Beirutando, não foi somente uma reunião de fãs. Longe disso, foi bem mais adiante. Foi uma união de braços, mãos, afetos, sorrisos, suspiros, cantos, violões, batidas, silvos. Tudo convidava ao ápice: as árvores, a grama, o cheiro, as pessoas ao redor, o vento, o sol. Realmente bom de se ver e sentir: a aglomeração aumentando, mais músicos chegando, mais instrumentos, batidas, cores, amor, som. Mais torpor. Todos os corações num só uníssono, seguindo à mesma voz, sob o mesmo pulsar.
E, se um dia, alguém me perguntar o que é Beirut pra mim, a resposta é fácil. Beirut é tudo isso. É além de música. É uma "dimensão" que une pessoas e as faz parar por um momento e pensarem da mesma forma. E o Beirutando... O Beirutando foi (e é) a prova viva de que se pode "viver Beirut", sim.
"Nós paramos e cantamos".
"The wind in my hair, a flood through my tear..."
Guyamas Sonora, by Beirut.