Hoje pintei meu rosto com água de chuva. Não ficou nenhuma expressão marcada.
Tentei com asfalto, marcar expressões duras - eu estive todo este tempo procurando algo sólido, que pudesse deixar talhado em meu rosto as verdades. Não funcionou.
Viajei, e tentei com um barro de uma serra de lá de dentro, do interior - que era pra ver se minha cara transparecia os sentimentos do sertão. Não deu certo.
Fui ao banheiro e lavei bem meu rosto, e aí entendi que não sou eu quem marco as expressões: o barro, o asfalto, a água da chuva - são eles que brincam e que marcam. Não sou eu quem faço as minhas expressões, são elas que me fazem.
"Então inspire-se na ousadia e afaste a monotonia da sua semana."
Antimonotonia, por Mombojó.